domingo, 24 de março de 2013

Entrevista com o Psicopedagogo Leandro


Para iniciar nosso trabalho acadêmico, nosso grupo sugeriu a realização de uma entrevista com um Psicopedagogo com o objetivo de demostrar uma, dentre as diversas formas de atuação de um Pedagogo em contextos não escolares.

Primeiramente, muito obrigado por participar deste trabalho acadêmico do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, da Disciplina Seminário 4.

Nome: Leandro Rangel de Souza
Profissão Atual: 2º Tenente da Força Aérea Brasileira.

  1. Fale-me da sua formação?
R.:  Fui formado numa Universidade particular na Baixada Fluminense (UNIG) e tive a oportunidade de aprender com doutores que trabalhavam em instituições renomadas no Rio. Por ter uma prática pedagógica antes da graduação pude absorver melhor todo fundamento pedagógico aplicado e assim aprimorar minhas práticas na área social onde trabalhava.

  1. Como surgiu o seu interesse por esta área?
R.: Por trabalhar como educador social no Terceiro Setor percebi a necessidade de crescer, tanto como pessoa, como profissional. O campus da UNIG era novo e perto de onde eu morava, e acabei cursando a graduação em Pedagogia de 2000 a 2003. Também escolhi habilitação em Administração Escolar já pensando em ter uma liderança e saber gerenciar documentos e pessoas.

  1. Como Psicopedagogo, qual seu principal campo de atuação?
R.:  Atuo como clínico em atendimentos semanais ao aluno e sua família, tendo uma abordagem que visa a área de desenvolvimento proximal, utilizando o estímulo cerebral junto com a programação neurolinguística, como uns dos pilares da minha estrutura de ação.

  1. Apesar de se falar muito em Psicopedagogia, sejam nas escolas, revistas, internet, muitos pais e pessoas que não são da área ainda confundem o seu real significado. Como você definiria para eles a Psicopedagogia?
R.:  Uma ação conjunta entre a Psicologia, que observa os comportamentos a partir de um estímulo devolvendo ao paciente estas observações para uma consciência, e percepção do seu “eu”, sua participação social; e a Pedagogia que desenvolve metodologias  adequadas ao paciente capazes de despertar a sua aprendizagem através de atividades prazerosas fazendo-o buscar sempre mais a essência do saber.

  1. A escola tem aceitado este novo profissional em quadro de recursos humanos?

R.:  Não tenho conhecimento, mas é possível, pois o Psicopedagogo Institucional pode atuar sim no RH aplicando atividades e testes que busque avaliar novos profissionais e traçar perfis desejáveis a Escola ou Empresa, assim como realizar atividades periódicas com os funcionários para avaliar o nível de satisfação em suas relações intra e interpessoais, tanto profissional como pessoal.           

  1. Como você vê os novos cursos de Psicopedagogia que surgem com grande intensidade em diversas instituições? Acredita que estão conseguindo capacitar pessoas para o trabalho da Psicopedagogia?
R.:  Ainda continuam com muita teoria e pouca prática efetiva que dê ao profissional Psicopedagogo capacidade de atuar com convicção e certeza do que aprendeu. Pela experiência com estagiários (as), todos se sentem inseguros e confusos, pois não conseguiram organizar todas as informações que receberam para uma aplicação consciente. Como estudo prático em consultório, o Hemisfério direito consegue bloquear o esquerdo, ou seja, o emocional pára o racional, por isso que na hora da prática ficam nervosos (as) e não conseguem conciliar a teoria com a prática. Os alunos precisam entrar no curso sabendo da estrutura de intervenção (como funciona), depois suas percepções vão sendo trabalhadas e a aprendizagem efetiva se constrói para não mais se perder; por terem uma ideia fixa, tudo que é apresentado se torna sabedoria que se desenvolve ajudando na prática, pois o cérebro identifica a ação e associa com a teoria já observada, dando habilidade para a intervenção consciente.

  1. Quais as maiores dificuldades enfrentadas pelo psicopedagogo que inicia sua carreira?
R.:  Tudo que falei anteriormente são as maiores dificuldades, pois todos querem ter seu consultório e ganhar dinheiro. Estão certos! No entanto, esquecem da parte organizacional que está em torno da prática      Psicopedagógica. É preciso saber organizar sua empresa, seu tempo de atendimento, formas de pagamento, contato com as escolas, materiais que precisam para estimular a aprendizagem do aluno e como lidar com responsáveis que muitas das vezes são seus maiores inimigos, no que diz respeito ao seu trabalho com o aluno. Muitos pais questionam e demoram a confiar em você e no seu trabalho, por isso é essencial que se crie uma estrutura de ação que tenha passo a passo do que se pretende fazer com o aluno. É como se fosse um documento onde está tudo que você pensa e realizará na prática de atendimento, por exemplo: 
       Quais são suas abordagens teóricas?
       O que elas interferem no desenvolvimento do aluno? 
       Porque o tempo de atendimento é este que você determinou? 
     Tudo precisa ser escrito para que seja estudado e aprendido para ser repassado aos responsáveis com firmeza e confiança daquilo que você acredita. Ter esta estrutura organizacional é, ou será, a maior dificuldade no início da carreira, mas agora acredito que já estão preparados com essas dicas!

  1. Qual o principal desafio da Psicopedagogia hoje?
R.:  Ser uma profissão regulamentada e ter sua própria identidade, não sendo praticada como Psicologia, Pedagogia, Fonoaudiologia, Psiquiatria ou Neurologia. É um conjunto e não algo isolado. Esse é um desafio para os cursos em especial, quebrar paradigmas e gerar realmente uma nova ciência que entende a alma e o cognitivo dos alunos, proporcionando prazer em aprender.

  1. Apesar dessa categoria não estar ainda regularizada, percebemos uma grande procura pela profissão. Você acredita que esta busca se dá pelo resultado positivo que a Psicopedagogia vem obtendo seja na clínica ou na instituição, ou existem outros fatores que possam influenciar nesta procura?
R.:  Não vejo tantos resultados, até por que não tem tantos atuantes nos dias de hoje, talvez pela insegurança que sentem ou por realmente não saberem trabalhar. Acredito que a procura se dê pelo fato de se observar muitos casos de dificuldades de aprendizagem, ou até ter vivido isso, onde procuram o curso para tentar fazerem algo para ajudar e compreender (os outros ou a si mesmo). Infelizmente os resultados não são bons por tudo que já falei até agora, formações imensas e com pouca prática efetiva.

  1. O que é fundamental na atuação psicopedagógica?
R.:  Entender o funcionamento do cérebro e suas reações aos estímulos externos; leitura de experiências de outros profissionais; um bom estágio com um profissional que realmente de sequência de atendimento até a conclusão com resultados positivos, e que tenha prática de criação de atividades associadas a abordagem teórica para uma construção consciente de suas intervenções.


               Muito obrigado pela entrevista. Esperamos que tenha sido bastante esclarecedor para os leitores no nosso Blog, assim como foi bastante esclarecedor e prazeroso para nós.

Foi uma ótima oportunidade de falar sobre o que eu faço e acredito. Muito obrigado por isso!



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